sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Última Refeição (por Noah Mancini)

Morte de D.João VI



De todos os pecados, o que ele almejava ser perdoado era a gula.A gula. Como é bom comer. Como é bom degustar deliciosas coxas de frango, carnes de todos os tipos que seu império possuía ou maduros abacaxis com imensas “coroas”. Coroa que ele também tinha - em partes. Enquanto mantinha o titulo de príncipe regente cometendo sem hesitar o pecado da gula cuidava de sua mãe louca e fugia para sua maior colônia, para proteger é claro, sua coroa de ouro e de abacaxi. Napoleão ameaçara todo o império português e obviamente todas suas pomposas e deliciosas refeições. O que seria de D. João VI sem se alimentar? Nem as entidades divinas, que sempre o perdoavam pela espantosa fome sabiam responder. Sem sua terra natal dominada por outro senão ele, sobreviveu. Sem estar preparado para o calor abrasador do Brasil ele sobreviveu. Sem a sua insana mãe, porém amada ele sobreviveu. Sem tomar banho durante anos, sobreviveu. E por fim, sem comer – sua mulher, é claro – ele também sobreviveu. O futuro Imperador do Brasil, com todas essas características de sobrevivência, parecia ser um homem muito corajoso. Mas não era. Como todo reles mortal ele possuía medos. Entre os mais curiosos tinha medo de caranguejos, siris e trovoadas.

Todavia ele não tinha medo de comer. Sim, comer. O prazer que ele tinha ao saborear qualquer tipo de comida era indescritível. As gordurosas coxas de frango que os escravos cozinheiros preparavam eram divinas. Quando as chupava, o sulco de tempero em meio à carne o deixava extasiado. As frutas tropicais eram ainda mais saborosas. Colhidas pelos cativos, cada uma com sua característica, deixavam o rei encantado com tamanho sabor. Já as saladas com os mais variados vegetais além de servidas ao almoço, serviam de jantar junto às outras inúmeras comidas. Eram regadas de chuchus, alface, tomates, cenouras, nabos, ervilhas e tudo o que se podia imaginar. Porém não só de carne vive um homem. Ele precisa de se hidratar. D.João adorava vinho – mais ainda, quando tomava em seus copos de cristal. As luxuosas festas dos poderosos portugueses nunca haviam sido tão cercadas de refeições em toda a história dos bailes europeus.

E cercada de nobres também. Nobres. Em todas as dinastias de portuguesas, os títulos nobiliárquicos não haviam sido tão numerosos quanto os que o rei distribuíra no Brasil. E era assim, que a alta sociedade do período joanino vivia, distribuindo favores reais. E comendo.Favores esses que ultrapassavam a imaginação de qualquer um que possa imaginar o absolutismo como ele era. Alguns viravam viscondes por grandes feitos enquanto outros se tornavam barões por motivos misteriosos. A plebe, inocentemente, pensava que muitos títulos eram concedidos como um agradecimento ao “Ponha-se na rua” que os brasileiros eram sujeitados. Sim, “Ponha-se na rua” era o nome popular que haviam dado para as iniciais P.R de Príncipe Regente que era carimbada nas casas escolhidas, quando os portugueses precisavam de moradia, o que se fez despejando inúmeras pessoas. Claro, a corte precisava de um lugar para ter suas refeições. Claro, os nobres e principalmente D.João VI precisavam de refeições.

Mas a festa havia acabado. A Vossa Gulosa Majestade Real tinha que voltar para Portugal.Mas qual o problema nisto? Nenhum, nenhum! Ele não deixaria de comer! Mas dinheiro não era o que importava a ele: raspando os cofres brasileiros, que comida não podia ser comprada? Parte dos gastos da monarquia portuguesa era gasto com suas refeições... não muito, não muito. Maior era a sua voracidade com que devorava as canjas.
A festa já havia acabado e a vontade de comer também. A morte não era mais uma vontade, era um fato.Um fato irrefutável que a gula em pessoa havia sucumbido.A gula havia sido envenenada. Morte por envenenamento... supostamente por laranjas do Palácio de Belém.Ah! As laranjas... Dom João era tão redondo quanto elas...
Mas qual fora sua última refeição? É desconhecida. Não é necessário saber.
A última refeição do rei fora a Morte. E vice-versa.
Ela o havia devorado com tal vontade com a que ele saboreava suas adoráveis coxas de frango.Ela o havia perdoado da gula, pois ela acabava de comete-lo, saboreando-se com a carne do monarca e o levando para o seu lado. O monarca pela primeira vez se alimentava de algo magro e oco que conseguia reter sua vontade: a morte.Não se sentia mais dominado pelo pecado.A majestade perdia sua nobreza, como a Morte era deliciosa!Tão feia quanto sua mulher, mas tão linda quanto suas refeições!Oh meu rei... como dizem... quem ama o feio, belo lhe parece... então que ossos ele enfiava goela abaixo!Quanta miséria de carne!O que tinha na Morte que lhe apetecia? Ela não podia dizer o mesmo: afinal, por onde sairia toda aquela comida que a majestade ingerira durante toda sua vida? 
Sangue, carne, lábios, órgãos, o furor, ossos: tudo isso fazia parte do banquete que os dois se devoravam.Não havia mesa.Não precisava.A alma era a entrada, a refeição principal e a sobremesa!Não havia o corpo, apenas a vontade.Não havia vontade, apenas o desejo incontrolável.Não havia o desejo, os dois se consumiam intensamente.Ah... um grito... um grito... não serviam isso na terra!
A Morte estava satisfeita. D.João também. Aquilo fora uma farta refeição para ambos.
O rei português nunca mais iria precisar de suas coxas de frango.
A morte iria apenas fazer seu trabalho, não iria procurar a vítima perfeita: ele já a satisfizera.
A gula havia desaparecido, como nuvens de algodão doce.
A sua única representação terrena era D.João, o comilão.
Que já havia feito, fartamente, sua última refeição.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Maldição dos Bragança

Armas da Sereníssima Casa de Bragança: Escudo de prata, uma aspa de vermelho brocante, carregada de cinco escudetes com as quinas de Portugal.

  
Ao ler o título muitos devem ter imaginado algo fantasioso, uma lenda ou alguma crendice popular que criaram em cima da Família Real. Mas - infelizmente ou não - esta tal maldição pode ser considerada de fato verdadeira. E não só teve consequencias em Portugal, como no Brasil, com a vinda de D.João VI e a corte portuguesa.

A maldição teve início no reinado de Dom João IV, quando o rei teria agredido um frade franciscano à chutes depois deste lhe ter implorado esmola. O frade então jogou uma praga ao monarca dizendo que nunca mais um primogênito varão dos Bragança viveria o bastante para chegar ao trono.

A partir de então, todos os primogênitos varões daquela dinastia morreram antes de reinar. Um século após a maldição ser lançada, D.João VI e Carlota Joaquina tentaram revertê-la, fazendo visitas anuais aos mosteiros franciscanos de Portugal e Brasil - todavia sem resultados. Por coincidencia, com raras exceções, os primogênitos dos Bragança apenas deixaram de morrer quando a família perdeu a soberania tanto em Portugal quanto no Brasil.

 O rei D.João IV de Portugal.


> Supostas vítimas em Portugal

    * Dom Teodósio (1634–1653) – primogênito do próprio Dom João IV, morto aos dezenove anos de idade, deixou a sucessão da coroa a seu irmão Dom Afonso VI, o qual, morrendo sem descendentes directos, transmitiu a coroa a seu irmão Dom Pedro II de Portugal;
    * Dom João (1688) – primeiro príncipe deste nome, primogênito de Dom Pedro II de Portugal, abriu caminho ao trono para o segundo João, que reinou como Dom João V;
    * Dom Pedro (1712–1714) – primeiro varão de Dom João V, irmão mais velho do rei Dom José I. Este teve apenas filhas, da qual Dona Maria I, a primogênita, assume o trono;
    * Dom José (1761–1788) – primogênito de Dona Maria I e do rei Dom Pedro III, dando lugar, após sua morte, ao futuro rei Dom João VI;
    * Dom António Pio (1795–1801) – primogênito de Dom João VI, morreu aos seis anos de idade, abrindo caminho para o futuro Dom Pedro I;
    * Dom Miguel (1820) – primogênito de Dom Pedro I, abrindo caminho para a ascensão de D. Maria II ao trono português e de Dom Pedro II ao trono brasileiro;
    * Dom Luís Filipe (1887-1908) – primogênito de Dom Carlos I, assassinado juntamente com seu pai, em 1 de fevereiro de 1908. O crime precipitou a queda da monarquia portuguesa, em 5 de outubro de 1910.
 
> No Brasil

A praga continuou a agir até mesmo após a separação dos tronos do Brasil e de Portugal (1822):

    * Dom Afonso Pedro (1845–1847) – primogênito de Dom Pedro II, morreu em 1845 com menos de dois anos de idade, fazendo herdeira sua irmã Dona Isabel. Muitos apontam a falta de um herdeiro masculino como uma das causas pela queda da monarquia no Brasil, pelo que a ascensão de um aristocrata estrangeiro, ainda que consorte da futura imperatriz, acirrava ânimos nacionalistas.
 
> Curiosidades

    * Graças à origem da maldição, todos os primogênitos que morreram ao longo do período da monarquia brasileira foram enterrados no Convento de Santo Antônio, de frades franciscanos, como se estivessem sendo dados como penhor de arrependimento pela agressão de seu antepassado.
    * Dom Pedro V, primogênito de Dona Maria II, foi uma das exceções à maldição durante a monarquia em Portugal, sagrando-se rei aos dezesseis anos, em 1853. Contudo, morreu alguns anos depois, em 1861, aos vinte e quatro anos, de febre tifoide. Passa a coroa para seu irmão Dom Luís I.
    * Dom Carlos I, primogênito de Dom Luís I, foi também outra exceção à maldição durante a monarquia em Portugal, tendo todavia sido assassinado juntamente ao seu primogênito, Dom Luís Filipe, em 1908, aos quarenta e cinco anos.
    * Dom Pedro Augusto, príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, primogênito da infanta Dona Leopoldina, princesa do Brasil, foi pretendente ao trono brasileiro até 1891, quando finalmente a princesa imperial, Dona Isabel, deu à luz um filho. Apesar de ter sido uma exceção à maldição durante a monarquia, o "príncipe maldito" acabou por desenvolver doença mental de fundo psicótico, tentou o suicídio e acabou por morrer, solteiro, em um sanatório de Viena em 1934, aos sessenta e oito anos.
    * Apesar da maldição dizer respeito aos primogênitos varões, algumas varoas também foram "vítimas" dessa infeliz coincidência. Foi o caso de Dona Luísa Vitória, primogênita de Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, natimorta em 1874.
    * Ainda em relação a Dona Isabel, seu varão primogênito, Dom Pedro de Alcântara, não chegou a morrer prematuramente, mas renunciou a seus direitos dinásticos. Seu irmão Dom Luís Maria Filipe foi nomeado príncipe imperial do Brasil, mas não pôde ascender à condição de imperador de jure, pois morrera pouco tempo depois devido a um grave reumatismo ósseo contraído durante sua participação em trincheiras, na Primeira Guerra Mundial. Assim, o título de chefe da casa imperial do Brasil passou ao primogênito deste, Dom Pedro Henrique, após a morte de Dona Isabel.
    * Com relação aos descendentes de Dom Miguel II, foi seu terceiro filho varão, primeiro do segundo casamento, Dom Duarte I, quem assumiu a chefia desse ramo dinástico, tendo seus irmãos mais velhos renunciado a seus direitos sucessórios. Curiosamente, nota-se que a descendência deste ramo dos Braganças, herdeira de Dom Miguel I, segundo filho varão de Dom João VI, é tida por muitos, atualmente, como a pretendente legítima ao trono de Portugal. Para estes, a descendência do filho varão mais velho de Dom João VI, os herdeiros de Dom Pedro IV, está extinta.
    * Dom Pedro Luís, filho primogênito de Dom Antônio e quarto na linha de sucessão ao trono brasileiro, desapareceu no Oceano Atlântico devido ao acidente do Voo Air France 447, em 31 de maio de 2009.

Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Feminismo pioneiro

 Nísia Floresta

A fama da escritora potiguar Dionísia Gonçalves Pinto fez com que ela desse nome à sua cidade natal.Mais conhecida como Nísia Floresta, nascida na então Papari, no Rio Grande do Norte, em 12 de outubro de 1810, é uma das pioneiras do pensamento feminista no Brasil.Tanto sua trajetória profissional quanto a pessoal demonstram que ela estava à frente de seu tempo. Depois de ter se casado com apenas 13 anos, Nísia abandonou o marido e voltou a viver com a família. Em 1828, saiu da casa dos pais pela segunda vez para ir morar com um jovem que conhecera em Olinda.Foi na cidade pernambucana que Nísia publicou seus primeiros textos, no jornal Espelho das brasileiras, voltado para as mulheres da época.


Túmulo de Nísia Floresta localizado em sua cidade natal.
 

Depois da morte prematura de seu segundo marido e de um curto período morando em Porto Alegre, a escritora se mudou para o Rio de Janeiro em 1837, influenciada pela eclosão da Guerra dos Farrapos.Na capital do Império, ela abriu o Colégio Augusto, somente para meninas, que incluía em seu currículo disciplinas até então exclusivas do público masculino, como Latim e História.Em seu cotidiano, Nísia pôs em prática as ideias de mudanças da relação entre homens e mulheres que são descritas desde o seu primeiro livro, Direito das mulheres e injustiça dos homens(1832). Em 1849, Nísia se mudou para a Europa com os dois filhos.Morreu no interior da França em 1885, deixando um legado de quinze obras publicadas.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional 

Reportagem dedicada ao blog feminista da blogueira K: A História da Mulher ( http://ahistoriadamulher.blogspot.com/ ) , que procura disseminar o pensamento e a história das mulheres.

Senhores Exus

 
 Culto de candomblé

Na bahia do começo do século XIX, alguns fazendeiros se posicionaram a favor dos cultos do candomblé. Ao contrário do que parece, esta não era uma atitude benevolente para com os escravos.Como fica evidente nos escritos do conte dos Arcos, os senhores achavam que os infortúnios compartilhados pelos escravos trazidos da África eram um forte motivo para a união deles, mesmo sendo de etnias diferentes ou até inimigas.
Dessa forma, passaram a permitir que os escravos se reunissem aos domingos por etnia ou nação, para cantar e dançar, mais como uma estratégia anti-rebelião do que qualquer outra coisa.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A cor da nobreza (Pedro Santiago Barbuto)

 Hábitos e costumes da nobreza europeia

Depois que os mouros dominaram a Península Ibérica, no século VIII, os espanhóis – originalmente de pele bem branca – passaram a ter filhos mais morenos, como a maioria de sua população atual, devido à miscigenação com os invasores. A aristocracia, no entanto, orgulhava-se de não ter se misturado àquele povo de pele quase negra e apontava para as próprias veias, onde parecia correr sangue azul, como se isso fosse prova de uma ascendência mais nobre. De fato, o sangue venoso tem aspecto azulado se visto através da superfície da pele, ainda mais se esta for clara, acentuando o contraste de cores. Daí em diante, a expressão "sangre azul" percorreu o planeta como sinônimo de nobreza. Essa, pelo menos, é a versão mais aceita, encontrada em World Wide Words, do inglês Michael Quinion, bíblia da etimologia mundial.

domingo, 14 de novembro de 2010

O messias de Garanhuns

Sadabi Alexandri de Farias Rei, o Meu Rei.


Ele nasceu em meados da década 1880 em Garanhuns, no interior de Pernambuco.Fundou uma comunidade religiosa, a Fazenda Metafísica e Teológica Princípio de um Reinado, que chegou a reunir quarenta famílias.Seu nome de batismo era Cícero José de Farias, mas, por conta de uma relação divina, passou a chamar Sadabi Alexandri de Farias Rei.Além de preparar a humanidade para o terceiro milênio, que traria paz e prosperidade, recomendava o vegetarianismo e proibia terminantemente o futebol, considerado a grande causa de discórdia entre os homens."Meu Rei", como ficou conhecido, morreu em 1999, com mais de 110 anos. Mas esse messias pernambucano não deve ficar ausente por muito tempo:avisou que voltará em 2040 para completar o "processo de universalização da paz".

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional 

Vídeos sobre cultura indígena

http://www.youtube.com/watch?v=trJCzSL6gPs

http://www.youtube.com/watch?v=EeD7KyhcacQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=_AozyxoLvgg&feature=related

sábado, 13 de novembro de 2010

A invenção da piada

 Traje de alentejano em dia de festa


Um alentejano vai até Lisboa encontrar um amigo. Andando pelas ruas da capital portuguesa, começa a cumprimentar os manequins das lojas.O amigo lisboeta adverte: "Não precisa fazer isto. Estas figuras não são pessoas" "Está beim", respondeu o outro. Tempos depois, ao passar em frente a uma guarnição militar, o gajo esbofeteou o rosto de um soldado em posição de sentido.E arrematou: "Quem é que há de dizer que um safado destes não é gente?".
Este tipo de humor nos soa muito familiar por um simples motivo: nós conhecemos como "piada de português".Ao contrário do que muitos imaginam, não foram os brasileiros que a inventaram, mas os próprios portugueses.O alvo era o habitante do Alentejo, na região centro-sul de Portugal.Na virada do século XIX para o XX, os portugueses acabaram trazendo na bagagem o seu senso de humor, também incorporado pelos brasileiros, que acabaram generalizando o tema das anedotas e transformando a piada de alentejano em piada de português.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

domingo, 7 de novembro de 2010

O tango é brasileiro



Já sabemos que o Brasil não é apenas o país do samba. Mas, além da bossa nova, do maxixe, do choro, do forró e de uma infinidade de gêneros, é possível que tenhamos inventado o tango.É claro que hoje o tango é universalmente aceito como argentino, imortalizado na música de artistas como Carlos Gardel.Mas o que nem todos sabem é que, segundo o crítico da música Ary Vasconcellos, os primeiros tangos foram compostos e executados no Brasil.
Oficialmente, o gênero nasceu em 1871 com a música "Olhos Matadores", de Henrique Alves Mesquita.No final do século XIX e início do XX,o grande compositor de tangos brasileiros foi Ernesto Nazareth, com peças como "Breijeiro", de 1893.Os primeiros tangos argentinos foram escritos somente em 1880, quase uma década depois de "Olhos Matadores".Os hermanos chegaram depois, mas deram ao tango uma projeção internacional tão grande que o ritmo passou a ser argentino por adoção.

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

sábado, 6 de novembro de 2010

Período Regencial - por Noah Mancini

 O Período Regencial teve início após a abdicação de Dom Pedro I.Enquanto o pequeno Pedro não atingia a maioridade para governar o Brasil e assumir o papel de rei, foram eleitos pelo voto censitário diversas regências. Estudaremos um pouco, com alguns esboços feitos por mim, sobre todas elas e suas consequencias.Marcado pela instabilidade política, o Período Regencial, com suas três regencias, durou de 1831 à 1840.


_Grupos políticos que se formaram durante o Período Regencial

a) Restauradores(ou caramurus)> defendiam a volta de D.Pedro I ao governo, mas depois de sua morte se dissiparam.
b) Liberais moderados(ou chimangos) > defendiam o centralismo, o voto censitário e a escravidão.
c) Liberais exaltados(ou farroupilhas) > defendiam o federalismo, voto universal, abolição da escravidão e alguns até a própria república.

* Regência Trina Permanente*
 _Predomínio do grupo dos Liberais moderados que se subdiviram em progressistas(maior federalismo) e regressistas(centralismo).
_Criação da Guarda Nacional = composta pela elite com o objetivo de reprimir as revoltas populares.
_ Ato Adicional: (mudanças na Constituição Outorgada de 1824)
>  maior autonomia para as províncias com a criação das Assembléias Legislativas
> Rio de Janeiro se torna município neutro.
>Substituição da Regência Trina pela Regência Una

 
  Juramento da Regência Trina de 1831


* Regência Una: Feijó*  
_Representante dos progressistas(fruto da subdivisão dos liberais moderados)
_Ocorrência de várias revoltas provinciais 
_Eleições para a Câmara deram vitória aos regressistas -> sem governabilidade, o padre Diogo Antônio Feijó renunciava. 


* Regência Una: Araújo Lima*
_Representante dos regressistas(fruto da subdivisão dos liberais moderados)
_Lei Interpretativa do Ato Adicional: as províncias perderam a sua autonomia e houve a volta do centralismo.
_Golpe de maioridade: liderado pelso progressistas que propunham antecipar a maioridade de D.Pedro II
_1840 -> fim do período regencial e início do Segundo Reinado


Câmara dos Deputados: palco das disputas políticas do Período Regencial


_Revoltas do Período Regencial:(as elites queriam maior participação na política, o povo queria melhores condições de vida) Cabanagem(PA), Balaiada(MA), Sabinada(BA), Malês(BA) e Farrapos(RS).
                                          


 
 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Curiosidades sobre o Brasil [1]

O petróleo foi encontrado no Brasil pela primeira vez em 1939, em Lobato, próximo a Salvador, no estado da Bahia.

O Português é o idioma oficial de sete países, todos eles ex-colônias portuguesas: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

O idioma português é o oitavo idioma mais falado no planeta e a terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês e o castelhano.

O Brasil participa de diversos acordos para facilitação do comércio pela redução de tarifas de importação, sendo a maioria deles na América Latina e de preferências tarifárias.

A primeira estrada de ferro brasileira foi inaugurada em 1854, com extensão de 14,5km, ligando o porto de Mauá, na baía de Guanabara, ao sopé da serra da Estrela, no caminho de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

A navegação de cabotagem no Brasil é ainda insuficiente para atender às necessidades do país.

A navegação fluvial e lacustre é pouco praticada no Brasil.

Durante o governo de Juscelino Kubitschek, orientado pelo Plano de Metas, construiu-se a nova capital, Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960.

O teatro mais antigo em atividade no Brasil, é o de Ouro Preto, Minas Gerais que está em funcionamento desde 1769.

Joinville, em Santa Catarina cedia todos os anos o maior festival de dança do mundo.

Em Blumenau acontece todo ano no mês de Outubro a grande festa Oktoberfest onde a cidade recebe turistas do Brasil e de países do mundo inteiro.

A árvore mais velha do Brasil é um jequitibá-rosa.

O tráfego de helicópteros em São Paulo é o terceiro maior do mundo.
 



Fonte: Google

Tira-dúvidas [1]

Qual a diferença entre império e reino?


Coroa portuguesa

Da forma como são usadas hoje, as duas palavras costumam ser empregadas no sentido de Estado. "Os impérios são grandes, enquanto os reinos geralmente estiveram associados à idéia de dimensões territoriais menores. A figura de imperador se reveste de maior importância que a de rei", afirma o historiador Newton Barbosa de Castro, da Universidade Federal de Juiz de Fora. A questão da extensão territorial é relevante, mas talvez a diferença mais importante entre os dois conceitos seja outra: o rei governa seu próprio povo, enquanto o imperador é soberano de outros povos, conquistados não só pela força, mas também pelo poder econômico ou pela eficiência diplomática.
Dentro de um império, podem coexistir várias etnias diferentes, unificadas por uma única administração e submetidas a uma mesma autoridade. Por isso, normalmente um reino é uma entidade político-administrativa mais estável, enquanto o império se caracteriza por uma constante tentativa de expansão. Um bom exemplo para diferenciar os dois conceitos é o do reino inglês. Com a conquista de territórios fora da Grã-Bretanha a partir do século 16, ele passaria a ser chamado de Império Britânico. Isso até perder quase todas as suas últimas colônias no século 20 e voltar a ser apenas um reino.

Fonte: Mundo Estranho

domingo, 24 de outubro de 2010

A imperatriz esquecida - matéria completa (por Cláudia Tomé White)


Jovem e bela, a princesa bávara Amélia de Leuchtenberg encantou D.Pedro I, fazendo-o perder os sentidos quando a viu pela primeira vez

D.Pedro I e Amélia em cerimônia

Aos 17 anos, a princesa Amélia de Leuchtenberg (1812-1873) conseguia atender aos dois pré-requisitos para substituir a recém-falecida imperatriz Leopoldina (1797-1826): era bela e virtuosa, ou seja, virgem. Ainda que tenha permanecido no Brasil por menos de dois anos, entre 1829 e 1831, quando D. Pedro I (1798-1834) abdicou do trono e voltou à Europa, a nova consorte foi uma figura relevante para nossa História.

Mas encontrar uma nova esposa para o imperador foi missão bastante difícil. A morte de D. Leopoldina, aos 29 anos, deixou D. Pedro viúvo com cinco filhos e mergulhado num clima de impopularidade. Segundo muitos, a imperatriz morreu de desgosto e infelicidade por causa das traições do marido, sobretudo com a marquesa de Santos (1797-1867).

O imperador havia reconhecido publicamente a filha da amante, que foi presenteada com um palacete vizinho à Quinta da Boa Vista, residência oficial da família imperial, e nomeada primeira dama da imperatriz. Tanta humilhação não passaria despercebida. Se internamente a imagem de D. Pedro I estava desgastada com tantos escândalos, na Europa também se sabia da amante brasileira, chamada por lá de “Pompadour dos trópicos”. Só um casamento de conto de fadas poderia resgatar a popularidade do imperador.

O problema é que não serviria qualquer princesa europeia. D. Pedro estipulara quatro condições que sua segunda esposa deveria reunir: nascimento, beleza, virtude e cultura. Não seria fácil convencer uma princesa com todas estas qualidades a abandonar a Europa, assumir cinco enteados e ainda acreditar que o passado de infidelidades do imperador não se repetiria. A difícil empreitada de achar esta noiva coube ao marquês de Barbacena (1772-1841), homem de confiança de D. Pedro I. Depois que oito princesas recusaram a mão do imperador, ele desistiu de duas condições – a primeira e a quarta –, passando a exigir apenas que a noiva fosse uma nobre bela e "virtuosa".

Amélia de Leuchtenberg

Após tantos fracassos, Barbacena percebeu que havia ainda outro problema comprometendo o sucesso de sua missão.O imperador da Áustria(Francisco I, 1768-1835), pai de Leopoldina, a quem D.Pedro inicialmente pedira auxílio para encontrar uma substituta para a imperatriz, estava boicotando as negociações do imperador brasileiro.Francisco I, não queria que seu ex-genro se casasse de novo, pois os prováveis filhos homens do segundo matrimônio de Pedro I roubariam a possibilidade de que suas netas viessem a substituir D.Pedro II no trono, caso sobrevivesse à infância. Além disso, o imperador da Áustria, defensor do absolutismo na Europa, não simpatizava com o genro que promulgara uma Constituição para o Brasil e Portugal: monarquias constitucionais eram modernas demais para os palácios de Viena.

Eis que finalmente surgiu uma candidata, a princesa Amélia.Por parte de mãe, era de uma linhagem secundária, já que não era descendente do rei, mas impecavelmente nobre.A ascendência paterna poderia ser um problema, pois era filha do príncipe Eugênio(1781-1824), enteado adotado por Napoleão Bonaparte(1769-1821) ao se casar com Josefina de Beauharnais(1763-1814). Toda a Europa tentava anular as nomeações bonapartistas, de modo que a princesa não era reconhecidamente nobre.Mas, a essa altura, D.Pedro já manifestara tolerância quanto ao quesito nascimento.

Restava saber se a princesa realmente tinha beleza.Retratos podiam ser bastante lisonjeiros e D.Pedro não queria ser enganado por um bom pintor. A finalidade era conseguir ver pessoalmente a pretendente.O marquês de Resende(1790-1875), amigo do imperador, enviou a seguinte descrição da moça: "(Amélia) tem um ar de corpo como o que o pintor Correggio deu nos seus quadros à rainha de Sabá.Valham-me as cinco chagas de N.S. Jesus Cristo já que pelos meus enorme pecados não sou o imperador do Brasil.Que fará o nosso amo na primeira, na segunda, e em mil e uma noites?"

Beleza confirmada, o contrato nupcial foi assinado em maio de 1829 na Inglaterra.Augusta, mãe de Amélia. sabia que sua filha enfrentaria grandes dificuldades.Contratou o maior especialista em Brasil que havia na época na Baviera para preparar Amélia, o cientista Carl Friedrich Martius(1794-1868), e nomeou uma dama de nobreza brasileira como acompanhante de Amélia.

Durante os dois meses que levaria a viagem ao Brasil, a condessa de Itapagipe deveria instruí-la sobre a língua portuguesa, as pessoas com quem Amélia iria conviver, a personalidade de D.Pedro I e,não menos importante, manter a mãe informada sobre a marquesa de Santos. E redigiu para a filha um documento intitulado "Conselhos à minha bem-amada filha". Entre as recomendações, nota-se a sabedoria materna: "Demonstre seus sentimentos, timidez extrema pode levar D.Pedro, tão extrovertido, à indiferença.Mas não deixe de transparecer o ciúme.Os homens são volúveis e levianos. Seja sempre uma mãe amorosa para as crianças. Os conflitos entre Brasil e Portugal serão inevitáveis, uma vez que é a realação entre uma metrópole e sua recém perdida colônia.Como imperatriz do Brasil, defenda sempre os interesses brasileiros"

Em paralelo, dote, enxoval, joias, vestido de noiva, tudo era preparado com urgência para que Amélia se casasse por procuração assim que completasse 17 anos.A cerimônia, realizada em Munique, foi singela, reunindo poucos convidados.Após o casamento, a princesa de Leuchtenberg e Eichstätt, Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais, já era oficialmente a segunda imperatriz do Brasil.


 Amélia com filha

Ao saber do "sim" de Amélia, D.Pedro rompeu definitivamente com a marquesa de Santos. Instituiu uma ordem honorífica para celebrar suas segundas núpcias: a Ordem da Rosa, cujo lema prometia "Amor e Fidelidade". Consta que o imperador, ao ser avisado pelo telégrafo de Cabo Frio que o navio que trazia sua noiva se aproximava, pegou, ansioso, um vapor e foi encontrá-la fora da barra da Baía de Guanabara. Ao vê-la dentro da fragata, D. Pedro, emocionado perdeu momentaneamente os sentidos.

Em 17 de outubro de 1829, dia seguinte ao da chegada ao Rio de Janeiro, comemorou-se a bênção nupcial.Amélia causou um deslumbramento em todos, com um vestido longo branco coberto por manto bordado em prata. Ao escurecer, dois soldados bávaros executaram do cume do Pão de Açúcar um magnífico espetáculo pirotécnico.

Os primeiros meses após o casamento foram repleto de festas e celebrações.No baile de apresentação à corte, em janeiro de 1830, serviram até sorvete, iguaria ainda desconhecida no Brasil.No final daquele ano, houve piqueniques, passeios, visitas aos arredores da capital e até uma viagem mais longa a Minas Gerais no início de 1831.

Passado o entusiasmo com o casamento, a popularidade de D.Pedro voltou a cair.A precária situação econômica do país e a falta de apoio político levaram-no a abdicar do trono brasileiro em abril de 1831 e voltar para a Europa, deixando o filho Pedro(futuro Pedro II), de cinco anos, como futuro imperador.No navio, Amélia percebeu que os enjoos que sentia não eram devidos apenas à viagem: finalmente estava grávida.
Amélia, a segunda imperatriz do Brasil


A única filha de Dom Pedro e Amélia, a princesa Maria Amélia, nasceu no exílio em Paris, em dezembro de 1831.Foi lá que a mãe, filha e a enteada Maria da Glória aguardaram por dois anos enquanto D.Pedro liderava o exército liberal que derrotou D. Miguel.Em uma guerra quixotesca, na qual 10 mil soldados venceram 100 mil, o carisma de D.Pedro e o apoio à causa liberal permitiram que ele instalasse a filha Maria da Glória no trono e restituísse a Constituição de Portugal.Mas os meses de batalha, o frio e a má alimentação agravaram seus problemas renais e desencadearam a tuberculose que o matou pouco tempo depois. D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal faleceu aos 36 anos.

Amélia sobreviveria ao marido por quase 40 anos.Viúva aos 22, passou as duas décadas seguintes se dedicando à educação da filha, a bela princesa Maria Amélia, dotada de grande inteligência e vocação musical.Amélia passou a alternar a residência entre Lisboa e a Baviera, a fim de que a filha crescesse nas duas culturas a que pertencia.No entanto, ainda solteira, Maria Amélia adoeceu e morreu aos 21 anos na Ilha da Madeira, onde tentava se curar de tuberculose.A coincidência da doença que levou seu marido e a única filha fez com que Amélia se dedicasse à construção e à manutenção de uma fundação para tratamento de tuberculosos carentes.

Sem descendentes, Amélia faleceu em 1873, aos 60 anos.Sua irmã Josefina, rainha da Suécia, foi sua principal herdeira. Em seu testamento, Amélia determinou que os documentos de Dom Pedro I e tudo que se referisse à história do Brasil fossem devolvidos para o Rio de Janeiro.Graças a esse cuidado, a maior parte do material referente ao primeiro imperador se encontra hoje no Arquivo Histórico do Museu Imperial de Petrópolis.

Ordem da Rosa, criada em homenagem ao casamento de D.Pedro com D.Amélia
A breve passagem de Amélia de Leuchtenberg pela nossa história trouxe não só a beleza de uma jovem às terras brasileiras, mas também um exemplo de companheirismo, solidariedade e preocupação com o futuro.

Vídeos sobre 1808

Seguem alguns vídeos que falam sobre 1808 e a chegada da corte portuguesa ao Brasil:

http://www.youtube.com/watch?v=r9T8IhD-gxU

http://www.youtube.com/watch?v=VJ0giilB0IA&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=uSUfmjctd5w&feature=related 

http://www.youtube.com/watch?v=wMlL7Uu-aYg&feature=related

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Brasil brasilhante

Nós temos bananas
E dengue no Rio
É brasilhante o Brasil-sil-sil
Disputas vibrantes
É mesmo excitante
Viver no bra-bra-bra-Brasil

Nós fazemos samba até sem os dedos
Diferente dos noruegueses que têm dois pés esquerdos
Os dentes dos jogadores dão até medo
O Brasil é brasilhante, isso não é segredo

Brasil, Brasil pra vocês
Nós temos ár-vo-res
Falamos por-tu-guês
O Brasil é brasilhante
No alto de um morro
Tem um jesus gigante