sábado, 19 de março de 2011

Tira-dúvidas [3]

O que é democracia direta e indireta?

Exemplo na Grécia, de democracia direta


A democracia direta é quando o povo, em conjunto, discute as leis abertamente com seus comandantes e representantes como em uma Assembléia: eles debatiam o que deveria ser feito para certa ocasião e decidiam que finalidades tomariam.Já na democracia indireta, como é o Brasil, nós votamos nos nossos representantes políticos(deputados, vereadores etc) e os confiamos os nossos problemas e anseios públicos, de modo que os próprios os resolveriam.
Mas como vemos, a democracia indireta no nosso país não funciona exatamente como deveria e vale lembrar que a democracia direta, na Grécia, participavam apenas uma pequena parte da população.

Tira-dúvidas [2]

O que é voto direto e voto indireto?


O voto direto é quando o eleitor vota em certo candidato em pessoa, já o voto indireto é quando apenas o Congresso vota para eleger certa pessoa.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Um presidente pouco delicado


O general João Figueiredo foi o último presidente do regime militar no Brasil. Deixou o governo em 1985, e ficou conhecido por um estilo áspero no trato com o próximo.Digno representante da Cavalaria do Exército, o presidente era capaz de afirmações pouco convencionais, como "prefiro cheiro de cavalo a cheiro de povo".
Certa vez, o pré-candidato da situação à  presidência, Paulo Maluf, disse a Figueiredo em uma recepção: "Sorria presidente. Fique à vontade."
O general, sem pestanejar, devolveu: "A cara é minha. Fico como quero"

Fonte: RHBN

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A arte do sinal

Luis XIV, o Rei-Sol


No século XVIII, ninguém se espantava ao ver homens com longas perucas, sapatos de salto alto e farta maquiagem, moda ditada pela corte francesa.
No Brasil, pessoas comuns, nobres e clérigos eram adeptos das pinturas faciais, e alguns artifícios parecem hoje bem estranhos.É o caso dos sinais artificiais. Pequenas marcas confeccionadas em tafetá eram usadas para dar realce à pintura do rosto, e costumavam ser muito utilizadas pelos homens.
Mas também serviam a outros propósitos, como cobrir as marcas deixadas por doenças que afetam a pele.A técnica era levada tão a sério que até mesmo versinhos foram escritos para criticar quem "não sabe pôr um jeito/um sinal de tafetá"

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

sábado, 15 de janeiro de 2011

Atirem os tomates no imperador!



No fim do Segundo Reinado, a disputa entre monarquistas e republicanos estava ficando cada vez mais acirrada.Mas Dom Pedro II continuava a fazer seus discursos em praça pública, sem temer os discordantes.Na verdade, ele se sentia seguro, pois a polícia havia proibido a venda de laranjas.
Mas não de tomates...

Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Última Refeição (por Noah Mancini)

Morte de D.João VI



De todos os pecados, o que ele almejava ser perdoado era a gula.A gula. Como é bom comer. Como é bom degustar deliciosas coxas de frango, carnes de todos os tipos que seu império possuía ou maduros abacaxis com imensas “coroas”. Coroa que ele também tinha - em partes. Enquanto mantinha o titulo de príncipe regente cometendo sem hesitar o pecado da gula cuidava de sua mãe louca e fugia para sua maior colônia, para proteger é claro, sua coroa de ouro e de abacaxi. Napoleão ameaçara todo o império português e obviamente todas suas pomposas e deliciosas refeições. O que seria de D. João VI sem se alimentar? Nem as entidades divinas, que sempre o perdoavam pela espantosa fome sabiam responder. Sem sua terra natal dominada por outro senão ele, sobreviveu. Sem estar preparado para o calor abrasador do Brasil ele sobreviveu. Sem a sua insana mãe, porém amada ele sobreviveu. Sem tomar banho durante anos, sobreviveu. E por fim, sem comer – sua mulher, é claro – ele também sobreviveu. O futuro Imperador do Brasil, com todas essas características de sobrevivência, parecia ser um homem muito corajoso. Mas não era. Como todo reles mortal ele possuía medos. Entre os mais curiosos tinha medo de caranguejos, siris e trovoadas.

Todavia ele não tinha medo de comer. Sim, comer. O prazer que ele tinha ao saborear qualquer tipo de comida era indescritível. As gordurosas coxas de frango que os escravos cozinheiros preparavam eram divinas. Quando as chupava, o sulco de tempero em meio à carne o deixava extasiado. As frutas tropicais eram ainda mais saborosas. Colhidas pelos cativos, cada uma com sua característica, deixavam o rei encantado com tamanho sabor. Já as saladas com os mais variados vegetais além de servidas ao almoço, serviam de jantar junto às outras inúmeras comidas. Eram regadas de chuchus, alface, tomates, cenouras, nabos, ervilhas e tudo o que se podia imaginar. Porém não só de carne vive um homem. Ele precisa de se hidratar. D.João adorava vinho – mais ainda, quando tomava em seus copos de cristal. As luxuosas festas dos poderosos portugueses nunca haviam sido tão cercadas de refeições em toda a história dos bailes europeus.

E cercada de nobres também. Nobres. Em todas as dinastias de portuguesas, os títulos nobiliárquicos não haviam sido tão numerosos quanto os que o rei distribuíra no Brasil. E era assim, que a alta sociedade do período joanino vivia, distribuindo favores reais. E comendo.Favores esses que ultrapassavam a imaginação de qualquer um que possa imaginar o absolutismo como ele era. Alguns viravam viscondes por grandes feitos enquanto outros se tornavam barões por motivos misteriosos. A plebe, inocentemente, pensava que muitos títulos eram concedidos como um agradecimento ao “Ponha-se na rua” que os brasileiros eram sujeitados. Sim, “Ponha-se na rua” era o nome popular que haviam dado para as iniciais P.R de Príncipe Regente que era carimbada nas casas escolhidas, quando os portugueses precisavam de moradia, o que se fez despejando inúmeras pessoas. Claro, a corte precisava de um lugar para ter suas refeições. Claro, os nobres e principalmente D.João VI precisavam de refeições.

Mas a festa havia acabado. A Vossa Gulosa Majestade Real tinha que voltar para Portugal.Mas qual o problema nisto? Nenhum, nenhum! Ele não deixaria de comer! Mas dinheiro não era o que importava a ele: raspando os cofres brasileiros, que comida não podia ser comprada? Parte dos gastos da monarquia portuguesa era gasto com suas refeições... não muito, não muito. Maior era a sua voracidade com que devorava as canjas.
A festa já havia acabado e a vontade de comer também. A morte não era mais uma vontade, era um fato.Um fato irrefutável que a gula em pessoa havia sucumbido.A gula havia sido envenenada. Morte por envenenamento... supostamente por laranjas do Palácio de Belém.Ah! As laranjas... Dom João era tão redondo quanto elas...
Mas qual fora sua última refeição? É desconhecida. Não é necessário saber.
A última refeição do rei fora a Morte. E vice-versa.
Ela o havia devorado com tal vontade com a que ele saboreava suas adoráveis coxas de frango.Ela o havia perdoado da gula, pois ela acabava de comete-lo, saboreando-se com a carne do monarca e o levando para o seu lado. O monarca pela primeira vez se alimentava de algo magro e oco que conseguia reter sua vontade: a morte.Não se sentia mais dominado pelo pecado.A majestade perdia sua nobreza, como a Morte era deliciosa!Tão feia quanto sua mulher, mas tão linda quanto suas refeições!Oh meu rei... como dizem... quem ama o feio, belo lhe parece... então que ossos ele enfiava goela abaixo!Quanta miséria de carne!O que tinha na Morte que lhe apetecia? Ela não podia dizer o mesmo: afinal, por onde sairia toda aquela comida que a majestade ingerira durante toda sua vida? 
Sangue, carne, lábios, órgãos, o furor, ossos: tudo isso fazia parte do banquete que os dois se devoravam.Não havia mesa.Não precisava.A alma era a entrada, a refeição principal e a sobremesa!Não havia o corpo, apenas a vontade.Não havia vontade, apenas o desejo incontrolável.Não havia o desejo, os dois se consumiam intensamente.Ah... um grito... um grito... não serviam isso na terra!
A Morte estava satisfeita. D.João também. Aquilo fora uma farta refeição para ambos.
O rei português nunca mais iria precisar de suas coxas de frango.
A morte iria apenas fazer seu trabalho, não iria procurar a vítima perfeita: ele já a satisfizera.
A gula havia desaparecido, como nuvens de algodão doce.
A sua única representação terrena era D.João, o comilão.
Que já havia feito, fartamente, sua última refeição.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Maldição dos Bragança

Armas da Sereníssima Casa de Bragança: Escudo de prata, uma aspa de vermelho brocante, carregada de cinco escudetes com as quinas de Portugal.

  
Ao ler o título muitos devem ter imaginado algo fantasioso, uma lenda ou alguma crendice popular que criaram em cima da Família Real. Mas - infelizmente ou não - esta tal maldição pode ser considerada de fato verdadeira. E não só teve consequencias em Portugal, como no Brasil, com a vinda de D.João VI e a corte portuguesa.

A maldição teve início no reinado de Dom João IV, quando o rei teria agredido um frade franciscano à chutes depois deste lhe ter implorado esmola. O frade então jogou uma praga ao monarca dizendo que nunca mais um primogênito varão dos Bragança viveria o bastante para chegar ao trono.

A partir de então, todos os primogênitos varões daquela dinastia morreram antes de reinar. Um século após a maldição ser lançada, D.João VI e Carlota Joaquina tentaram revertê-la, fazendo visitas anuais aos mosteiros franciscanos de Portugal e Brasil - todavia sem resultados. Por coincidencia, com raras exceções, os primogênitos dos Bragança apenas deixaram de morrer quando a família perdeu a soberania tanto em Portugal quanto no Brasil.

 O rei D.João IV de Portugal.


> Supostas vítimas em Portugal

    * Dom Teodósio (1634–1653) – primogênito do próprio Dom João IV, morto aos dezenove anos de idade, deixou a sucessão da coroa a seu irmão Dom Afonso VI, o qual, morrendo sem descendentes directos, transmitiu a coroa a seu irmão Dom Pedro II de Portugal;
    * Dom João (1688) – primeiro príncipe deste nome, primogênito de Dom Pedro II de Portugal, abriu caminho ao trono para o segundo João, que reinou como Dom João V;
    * Dom Pedro (1712–1714) – primeiro varão de Dom João V, irmão mais velho do rei Dom José I. Este teve apenas filhas, da qual Dona Maria I, a primogênita, assume o trono;
    * Dom José (1761–1788) – primogênito de Dona Maria I e do rei Dom Pedro III, dando lugar, após sua morte, ao futuro rei Dom João VI;
    * Dom António Pio (1795–1801) – primogênito de Dom João VI, morreu aos seis anos de idade, abrindo caminho para o futuro Dom Pedro I;
    * Dom Miguel (1820) – primogênito de Dom Pedro I, abrindo caminho para a ascensão de D. Maria II ao trono português e de Dom Pedro II ao trono brasileiro;
    * Dom Luís Filipe (1887-1908) – primogênito de Dom Carlos I, assassinado juntamente com seu pai, em 1 de fevereiro de 1908. O crime precipitou a queda da monarquia portuguesa, em 5 de outubro de 1910.
 
> No Brasil

A praga continuou a agir até mesmo após a separação dos tronos do Brasil e de Portugal (1822):

    * Dom Afonso Pedro (1845–1847) – primogênito de Dom Pedro II, morreu em 1845 com menos de dois anos de idade, fazendo herdeira sua irmã Dona Isabel. Muitos apontam a falta de um herdeiro masculino como uma das causas pela queda da monarquia no Brasil, pelo que a ascensão de um aristocrata estrangeiro, ainda que consorte da futura imperatriz, acirrava ânimos nacionalistas.
 
> Curiosidades

    * Graças à origem da maldição, todos os primogênitos que morreram ao longo do período da monarquia brasileira foram enterrados no Convento de Santo Antônio, de frades franciscanos, como se estivessem sendo dados como penhor de arrependimento pela agressão de seu antepassado.
    * Dom Pedro V, primogênito de Dona Maria II, foi uma das exceções à maldição durante a monarquia em Portugal, sagrando-se rei aos dezesseis anos, em 1853. Contudo, morreu alguns anos depois, em 1861, aos vinte e quatro anos, de febre tifoide. Passa a coroa para seu irmão Dom Luís I.
    * Dom Carlos I, primogênito de Dom Luís I, foi também outra exceção à maldição durante a monarquia em Portugal, tendo todavia sido assassinado juntamente ao seu primogênito, Dom Luís Filipe, em 1908, aos quarenta e cinco anos.
    * Dom Pedro Augusto, príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, primogênito da infanta Dona Leopoldina, princesa do Brasil, foi pretendente ao trono brasileiro até 1891, quando finalmente a princesa imperial, Dona Isabel, deu à luz um filho. Apesar de ter sido uma exceção à maldição durante a monarquia, o "príncipe maldito" acabou por desenvolver doença mental de fundo psicótico, tentou o suicídio e acabou por morrer, solteiro, em um sanatório de Viena em 1934, aos sessenta e oito anos.
    * Apesar da maldição dizer respeito aos primogênitos varões, algumas varoas também foram "vítimas" dessa infeliz coincidência. Foi o caso de Dona Luísa Vitória, primogênita de Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, natimorta em 1874.
    * Ainda em relação a Dona Isabel, seu varão primogênito, Dom Pedro de Alcântara, não chegou a morrer prematuramente, mas renunciou a seus direitos dinásticos. Seu irmão Dom Luís Maria Filipe foi nomeado príncipe imperial do Brasil, mas não pôde ascender à condição de imperador de jure, pois morrera pouco tempo depois devido a um grave reumatismo ósseo contraído durante sua participação em trincheiras, na Primeira Guerra Mundial. Assim, o título de chefe da casa imperial do Brasil passou ao primogênito deste, Dom Pedro Henrique, após a morte de Dona Isabel.
    * Com relação aos descendentes de Dom Miguel II, foi seu terceiro filho varão, primeiro do segundo casamento, Dom Duarte I, quem assumiu a chefia desse ramo dinástico, tendo seus irmãos mais velhos renunciado a seus direitos sucessórios. Curiosamente, nota-se que a descendência deste ramo dos Braganças, herdeira de Dom Miguel I, segundo filho varão de Dom João VI, é tida por muitos, atualmente, como a pretendente legítima ao trono de Portugal. Para estes, a descendência do filho varão mais velho de Dom João VI, os herdeiros de Dom Pedro IV, está extinta.
    * Dom Pedro Luís, filho primogênito de Dom Antônio e quarto na linha de sucessão ao trono brasileiro, desapareceu no Oceano Atlântico devido ao acidente do Voo Air France 447, em 31 de maio de 2009.

Fonte: Wikipédia